Existe algo realmente fascinante quando olhamos para marcas que conseguem ir além de simplesmente vender um produto e passam a fazer parte da nossa vida. No mundo de hoje, onde todo mundo está conectado e a informação circula mais rápido do que nunca, não basta oferecer qualidade ou um bom preço, pois as pessoas querem mais. Elas querem se sentir parte de algo maior, querem se identificar e pertencer, e é justamente nesse ponto que nasce o famoso efeito tribo, aquele fenômeno em que marcas criam verdadeiras legiões de fãs apaixonados, que não só consomem, mas defendem, divulgam e vivem a essência e propósito da marca.
O segredo dessa legião de fãs está na combinação certa entre experiência e valores. É aquela sensação de que você não está apenas adquirindo um produto, está comprando uma ideia, um propósito e um estilo de vida. A Apple, por exemplo, quem compra um iPhone não está só atrás de um celular top de linha, está adquirindo status, inovação, uma visão de mundo e, claro, aquele sentimento quase indescritível de fazer parte de algo que vai além do comum, uma comunidade quase exclusiva. E isso acontece de forma tão natural que nem é preciso forçar, as pessoas simplesmente acreditam, confiam e defendem a marca.
E, falando em confiança, ela é um dos pilares dessa construção. Não é à toa que 46% das pessoas estão dispostas a pagar mais por uma marca em que realmente confiam. A Ferrari é a prova viva disso, mostrando que, quando há credibilidade, exclusividade e valor, o preço se torna secundário. A marca não precisa fazer campanhas pedindo para ser divulgada, porque sua própria história, seu legado e sua exclusividade falam tão alto que quem é fã faz questão de mostrar ao mundo que faz parte desse universo. E nem sempre é preciso ser dono de uma Ferrari, viu? Só quem ama a marca já se sente representado apenas por acompanhar, admirar e sonhar.
A transparência e a autenticidade também fazem parte dessa constituição de comunidade. Marcas que mostram seus bastidores, que falam de onde vêm seus produtos, quem produz, como são feitos, acabam conquistando um espaço enorme no coração dos consumidores. A Gucci entendeu isso perfeitamente, e hoje ela não vende só luxo e status, ela entrega propósito, mostrando que possível ser sofisticado, fashion e, ao mesmo tempo, responsável com o meio ambiente e com as pessoas envolvidas no processo, o que fez ela ganhar reconhecimento e a confiança de seus consumidores.
E sabe aquele papo de que muitas das vezes as marcas não devem se posicionar? Isso ficou no passado. Hoje, 64% dos consumidores escolhem ou boicotam marcas com base no que elas defendem. A Supreme entendeu essa mudança de comportamento e virou referência justamente por promover autenticidade, expressão individual e aquele toque de rebeldia moderna que seus clientes tanto amam.
Agora, se tem uma marca que leva esse efeito tribo ao extremo é a Harley-Davidson. Porque quem compra uma Harley não está levando só uma moto para casa, está levando parte de uma cultura, de um estilo de vida que representa rebeldia, liberdade e aventura. E o mais louco é que isso não é só marketing, é real. Os próprios clientes se sentem parte de uma irmandade, que compartilha os mesmos valores e sonhos.
No fim, quando uma marca consegue construir essa conexão genuína, ela deixa de ser uma simples opção de compra e se transforma em parte da vida de seus consumidores. Pois ter defensores é sobre entregar valor e criar experiências com propósito.